As Big Techs ameaçam a inovação com suas mega aquisições

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As Big Techs são as maiores empresas de tecnologia do mundo, com um poder incomparável sobre o mercado e a inovação. Elas se destacam por suas aquisições milionárias de outras empresas, muitas vezes para eliminar concorrentes em potencial e manter seu império tecnológico intacto. Mas por trás dessas mega aquisições, existe um lado obscuro que poucos conhecem: As Big Techs ameaçam a inovação e a livre concorrência no mercado tecnológico. Neste artigo, junto com você, vamos explorar como essa estratégia dessas gigantes podem limitar a inovação e prejudicar a concorrência. Ameaçando a diversidade e a criatividade do setor tecnológico.

Venda-se ou morra

É dessa forma que as bigs techs negociam com qualquer inovação que encontram no mercado, as Big Techs ameaçam a inovação. Essa estratégia não é nova e não to escrevendo a respeito de nenhum segredo, mas o que você pode não ter notado ainda é como as grandes empresas de tecnologia usam do seu poderio financeiro para aniquilar qualquer chance de inovação dos novos entrantes na tecnologia. Se o novo entrante na tecnologia não tiver dinheiro de qualquer uma das big techs, ele simplesmente será adquirido ou vai mesmo a falência pois não conseguirá competir com um gigante.
Sim, é Davi contra Golias.
A conta que as grandes fazem é: market share é melhor do que dinheiro em caixa. Elas preferem gastar dinheiro em caixa comprando diversas empresas para crescer sua influência na sociedade do que investir de outra maneira.

Aquisições recentes

Veja só algumas aquisições recentes das grandes de tecnologia para entenderem (vou evitar nesta lista as aquisições mais conhecidas por todos):

  • Alphabet/Google
    • Mandiant: Empresa de segurança digital adquirida em marços de 2022. Google trará ainda mais serviços de segurança em sua cloud Google Cloud.
    • Fitbit: Empresa de dispositivos inteligentes (wearables) com foco no segmento fitness. Google envolvendo cada vez mais sua presença em smart home, smart cities e wearables.
  • Oracle
    • Cerner: Empresa de soluções digitais com foco na área de saúde (hospitais, pacientes, médicos). Oracle quer ampliar sua presença (marketshare) neste segmento tão crítico para a sociedade.
  • Microsoft
    • Nuance: Empresa de inteligência artificial (I.A) conversacional. Microsoft assinando sua presença em I.A conversacional.
    • Activision Blizzard: Empresa de games (Warcraft, Diablo, Overwatch, Call of Duty). A Microsoft com foco no público mais jovens e fâs de games, mas também adquirindo experiência de comunicação e usabilidade que os games trazem.
  • Meta/Facebook
    • Within: Empresa de realidade virtual (V.R), com foco no nicho fitness, adquirida pela Meta/Facebook já em 2023 por um valor ainda não divulgado. A Meta investe muito fortemente em realidade virtual e realidade aumentada (A.R), compondo todo seu metaverso.
    • AI.Reverie: Empresa de gestão de dados sintéticos (BigData) para treinamento de modelos de inteligência artificial (I.A) adquirida. A Meta trazendo mais dados para seu ecosistema.
  • Apple
    • Credit Kudos: Fintech de OpenBanking com foco em crédito de todos os tipos. Apple comprando propriedade intelectual para acelerar seus serviços financeiros.
    • AI Music: Empresa de inteligência artificial (I.A) com foco no segmento da música. Apple trazendo mais inteligência para seus serviços.
  • Amazon
    • Zoox: Empresa de carro autônomo, aliás são bem bonitinhos. Amazon embarcando soluções de self-driving em seus serviços.
    • One Medical: Empresa no segmento da saúde (pacientes e médicos). Amazon forte no segmento de saúde.

Big Techs pararam de ser inovadoras

O Instagram tentou comprar o Snapchat e não conseguiu, portanto, um tempo curto depois lançou os stories (cópia do snapchat) para simplesmente matar o concorrente. Veja só este link sobre o lançamento dos stories no instagram.
Essa relação não me parece adequada, infere diretamente no livre comércio e livre concorrência.
Já sabemos também que hoje em dia as bigtechs são empresas enormes, já não são mais startups em uma garagem, e, portanto, não tem mais a mesma velocidade de inovação que antes. Até por isso compram muitas empresas que geram qualquer inovação em segmentos de negócios importantes para a sociedade. Ao comprar qualquer uma dessas empresas, a startup adquirida deve respeitar todas as regras e governança das bigtechs , assim se tornando mais lenta e gerando menos valor.
Sim, é isso mesmo que você que leu, as bigtechs desaceleram o mercado à suas vontades. Para que sempre fique em seu controle as inovações geradas naquele segmento.
Um exemplo deste cenário foi a aquisição do Waze pelo Google na década passada. Foi claramente uma compra para neutralizar concorrência, fazendo assim com que todos percamos em uma transação como essa. Hoje em dia inclusive o Google começa a largar o Waze, despriorizando seu backlog como empresa independente.

As aquisições realizadas pelas empresas de tecnologia têm implicações significativas para a indústria e para os consumidores. Embora possam ajudar as empresas a manter sua posição de liderança no mercado, elas também podem limitar a concorrência e a inovação em outras empresas menores. Portanto, é importante que essas aquisições sejam cuidadosamente examinadas para garantir que elas sejam benéficas para a indústria como um todo e para NÓS, os consumidores.